sábado, 10 de maio de 2014

Poder e conflito - histórico



INTRODUÇÃO AO PROBLEMA DO PODER

Na vida cotidiana fazemos com freqüência referência ao poder, aos seus limites e abusos, mas nem sempre estamos de acordo sobre o significado que se deve atribuir à palavra, que parece se aplicar a situações e contextos variados. Falamos do poder dos pais sobre os filhos, daquele do senhor sobre os escravos, assim como do professor sobre seus alunos sem que saibamos como essas realidades se conectam entre si. No meio dessa proliferação de sentidos, muitos pensadores buscaram uma definição geral do poder partindo da ideia de que ele se vincula ao fato de que existem pessoas que são capazes de levar outras a executar ordens e comandos com os quais não estão necessariamente de acordo e para os quais não foi dado nenhum consentimento explícito. Essa maneira de definir o poder, colocando em destaque o fato de que detém poder aquele que faz prevalecer sua vontade sobre a de outros, ajuda a esclarecer algumas questões, mas levanta também dúvidas, o que levou ao aparecimento, ao longo da história do Ocidente, de várias concepções diferentes a respeito do assunto. Algumas dessas concepções serão lembradas a seguir.
Para situar melhor nossa questão, é importante levar em conta que em todas as sociedades históricas encontramos o fenômeno do mando e da obediência. Isso mostra que a questão do poder é fundamental para os que pretendem compreender como vivemos e como poderíamos viver em conjunto. Isso implica em dizer que a investigação sobre a natureza do poder deve ser feita juntamente com aquela sobre o sentido da política, que é o objeto principal do ramo da filosofia – a filosofia política – que se ocupa em compreender os fundamentos da vida comum e não apenas explicar como ela funciona normalmente, que é a matéria das ciências sociais.
Agindo assim, estamos evitando uma abordagem muito genérica de nosso tema, que pode provocar muita confusão conceitual, para nos restringirmos à esfera da política e aos problemas do Estado. É claro que esse recorte não responde a todas nossas dúvidas sobre o tema. Deixamos de lado algumas questões interessantes como, por exemplo, aquela da psicologia dos indivíduos que mandam e daqueles que obedecem, que é muito importante, quando tentamos entender a obediência que alguns povos manifestam a tiranos e ditadores. Mas ganhamos uma clareza na definição de nosso objeto que nos permite avançar com segurança pelo vasto terreno aberto pela investigação sobre a natureza do poder.

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Prof Humberto Machado Borges